sexta-feira, 15 de agosto de 2014

A Grandiosa Insignificância do Ser Humano

Se levarmos em consideração a simplicidade com que complexamente o ser humano é cconstituído,  temos um leve vislumbre do quão maravilhosa é a vida. Carbono, Nitrogênio, Hidrogênio e Oxigênio. Basicamente é isso, a esse nível você é igualzinho à cadeira onde está sentado. De alguma forma, esses elementos se combinaram de um jeito que montou você. Partindo da afirmação que o ser humano nada mais é que um animal racional, analisemos os animais que são assim tão semelhantes a nós. Um macaco que consegue martelar é incrível, não? Mas para os padrões de façanhas humanas, isso não é nada. Por que o humano se tornou tão superior ao macaco e tão superior à cadeira se é tudo basicamente a mesma coisa? Digamos então que o comum seja o que vemos no reino animal e que sejamos nós a anomalia neste meio. Olha só que magnífico é o ser humano: capaz de construir, de escrever, de se comunicar de forma tão abrangente e precisa que duas palavras parecidas chegam a soar a mesma coisa a um leigo. É capaz de criar sistemas tão maestralmente incríveis usando de recursos tão simples, foi capaz de descobrir e utilizar a eletricidade, uma força absurda que tem origem subatômica, para as coisas mais incríveis e para as mais banais, como transportar um trem com duas mil pessoas ou esquentar uma torrada. Foi capaz de desenvolver a escrita, inúmeras e infinitas formas de expressar inúmeras ideias com apenas 26 letras, e isso com vários idiomas. Aprendeu a moldar a terra de forma a fornecer o sustento, mesmo que não seja capaz de fazer isso sem destruir tudo. Foi capaz de criar sistemas complexos de administração, desde o equilíbrio entre o uso dos sapatos à tarefa de administrar um país de 180 milhões. A ironia é que a falha nos sistemas humanos é o próprio humano, de tão complexo e imprevisível. E de tão completo, eficiente e engenhoso que o ser humano pode ser, ele se esquece que é apenas C, N, H e O. Vulgarmente falando, esquece que é apenas uma cadeira muito sinistra. O ser humano, vendo o quão sábio se tornou, e o quão superior é em relação aos demais seres orgânicos, ousando ser superior à natureza que devia respeitar, se acha muito mais do que é. O ser humano também quebra, rasga, queima, para de funcionar do nada, a mente brilhante estraga por uma lesão até pequena. E quando acontece um mal desses o ser humano lembra que é frágil, que por mais que se cuide, dificilmente vai ver míseros cem anos se passarem. E em vez de devolver a honra e a glória ao Ser que o fez ir do C,N, H e O à espécie dominante cuja ambição alcança outros planetas, ele ignora sua fragilidade e se tranca num estado alienado de otimismo e autoconfiança que só tendem a tornar o fim um pouco mais doloroso. O homem pensa que pode tudo e que vive para sempre, e então se esquece de Deus. Ignora que veio dele e fecha os olhos para os sinais dessa dependência que tem a magnífica criatura pelo seu supremo Criador.

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