domingo, 7 de setembro de 2014

A Futilidade Atual (uns versos)

A futilidade atual.


Escadas? Só rolante.
Bravura? Só ao volante
ou por meio virtual
afinal, esse mode de ser navegante
já se solidifica ao normal.

Comida? Bem rápida.
Bem salgada, barada
"Pra viagem, tenho pressa."
E essa comida expressa
insípida e solitária
virou normal.
Quem hoje senta à mesa
para o almoço dominical?

Namorar? Só a parte fácil.
Conviver, compromisso?
Tem meio mais hábil
          (ou omisso)
"Te amo já, não precisa casar"
Bela desculpa para ser simples escapar.

Filhos? Só acidente
Tendo computador no quarto
quem precisa de pai presente?

Família? Isso é coisa antiga.
Ultrapassada
Quem afinal precisa
do pai orientador
ou da mãe amorosa
ou de irmãos companheiros?

Jornalismo com seriedade?
Bota umas bundas na capa
nem precisa ter faculdade.
E quem quer saber de analfabeto?
Fala da nova namorada vadia
de algum famoso da vida
e seu relacionamento aberto.

Estudar? E perder o sabadão?
Na hora  agente cola, só ficar no fundão.
E se não conseguir o cinco
só fazer de novo na recuperação
E fazer de doido esse professor fanfarrão.

Depois de tanto evoluir
a gente virou a própria epidemia
e começou a regredir
mais rápido do que evoluía.


Anderson Câmara
20/08/2014

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